O Assassino é o novo filme do renomado diretor norte-americano David Fincher, diretor mais conhecido por obras consagradas pela crítica e pelo público como Se7en – Os Sete Crimes Capitais, Clube da Luta, A Rede Social, Garota Exemplar, Zodíaco, entre outros.
Michael Fassbender, ator alemão, é o assassino de aluguel a quem o título do longa se refere. Não conhecemos muita coisa sobre sua história; o que mais interessa ao diretor e seu personagem – que narra seus pensamentos – são os métodos que ele emprega no seu trabalho.
A meticulosidade e a atenção aos detalhes é uma marca do diretor e ele evidencia isso no seu novo filme. Estes elementos são evidentes desde a cena inicial – a construção da tocaia do assassino para executar seu primeiro trabalho – até os disfarces e estratégias que ele bola para enfrentar as adversidades que pode encontrar no caminho.
A narração do personagem define bem quem ele é ou acha que deveria ser. Ele admite que não é o melhor no ramo, apesar de seguir diversas regras e procedimentos rígidos. Esta narração, que se mostra interessante e até diferente em alguns aspectos, se torna maçante com o tempo e parece tornar mais sofrível o tempo passado com o protagonista. O assassino se repete bastante. Ele falha no trabalho que lhe foi encomendado no começo do filme e os contratantes vão atrás dele, mas sua mulher acaba pagando o preço. Esta sobrevive ao ataque, mas agora ele está no caminho da vingança para neutralizar os adversários. Nosso protagonista está agora em uma missão por vingança, uma premissa conhecida nesse tipo de filme.
O personagem, apesar de ser interpretado pelo experiente Fassbender, é bastante esquecível. Não sabemos grande coisa sobre ele, além do fato do Assassino ter uma namorada e uma casa gigantesca na República Dominicana. Além disso, este está quase sempre ouvindo The Smiths (ele escuta a banda inglesa quando está no trabalho e fora dele). O método especifico e rigoroso para fazer seu trabalho e diminuir os riscos de algo dar errado é seu traço de personalidade mais reconhecível.
Além da atuação de Michael Fassbender, uma atriz coadjuvante que também chama a atenção no elenco, mesmo com poucos minutos de tela, é a britânica Tilda Swinton. Ela interpreta uma das pessoas que foram contratadas para matar o protagonista, mas também falha na missão e tem que lidar com as consequências sozinha. Outro coadjuvante chama a atenção, não tanto pela atuação, mas pelo impacto de sua cena: a sequência da luta do ator neozelandês Sala Baker, que interpreta um cara grande que mora na Florida, sem nome assim como grande parte dos personagens e que também estava envolvido na tentativa de assassinato do protagonista – junto com a personagem de Tilda. Esta é uma das melhores cenas do longa. O contraste de tamanho dos dois lembra uma briga de um monstro feito por CGI com uma pessoa real e a emoção é garantida nesta sequência. Mesmo sendo filmada em um lugar fechado e escuro, esse elemento parece potencializar seu efeito no espectador.
O Assassino chega nos cinemas em 26/10 e ao catálogo da Netflix em 10/11. Esta não é a primeira colaboração de Fincher com a rede de streaming. Ambos já colaboraram antes no filme Mank e na série Mindhunter. Assim como as séries da Netflix, o filme é dividido em capítulos, cada um equivale a um país diferente que o protagonista precisa visitar para achar e matar quem mandou matar ele – quase como se cada um fosse uma fase de um jogo que ele precisasse passar para poder chegar ao próximo estágio.
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