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Natura Musical apresenta “Canto Coral Afrobrasileiro”, álbum inédito d‘Os Tincoãs

Com dez faixas, disco que marca o encontro das vozes e instrumentos de Dadinho (violão), Mateus Aleluia (atabaques) e Badu (agogô e ganzá) com o Coral dos Correios e Telégrafos do Rio de Janeiro em seis músicas é lançado 40 anos depois de sua concepção
Capa do álbum "Canto Coral Afrobrasileiro" d'Os Tincoãs
A capa do álbum “Canto Coral Afrobrasileiro” d’Os Tincoãs (Foto: Divulgação)

Os Tincoãs

O precioso legado d`Os Tincoãs está prestes a alcançar mais ouvidos e almas com o lançamento do álbum inédito “Canto Coral Afrobrasileiro” (Sanzala Cultural) pela Natura Musical. O registro realizado em 1983, semanas antes de o trio vocal formado por Dadinho, Mateus Aleluia e Badu, em Cachoeira (BA), partir para Angola, chegou nas plataformas digitais no dia 20 de abril.

No disco, o grupo fundamental da música brasileira, que combina a complexidade rítmica e melódica de temas do candomblé à sofisticação barroca da cultura católica, encontra-se com o Coral dos Correios e Telégrafos do Rio de Janeiro em seis músicas. Nas outras quatro faixas prevalece o som d`Os Tincoãs no formato que os consagrou.

No ano em que a obra completa 40 anos de sua gravação, Mateus Aleluia, o remanescente vivo que integrou o lendário trio baiano por mais tempo, desejou disponibilizar as dez faixas, quatro delas nunca gravadas antes. Com o violão de Dadinho, os atabaques de Mateus e o agogô e ganzá de Badu, todas as músicas do álbum foram compostas e adaptadas pela dupla Mateus e Dadinho e também serão lançadas em vinil. A idealização do projeto é do produtor do trio na época, Adelzon Alves. Com Os Tincoãs desde 1973, ano de lançamento do disco de estreia homônimo, que trazia a cultuada “Deixa a Gira Girar”, o produtor identificava no grupo, segundo Mateus Aleluia, “uma projeção para um coral de cantos indefinidos, o verdadeiro canto coral afrobrasileiro”.

Graças aos conhecimentos musicais fruto de sua atuação como radialista, ouvido em todo Brasil na década de 1970, Alves aproximou o gênero musical spiritualscânticos religiosos entoados por corais de pessoas pretas do Sul dos Estados Unidos – do trio.

“Eu queria fazer algo assim com Os Tincoãs: um gospel afrobrasileiro, mas com as músicas que eles cantam em iorubá e banto, cuja origem tem mais de 2500 anos, segundo especialistas, um repertório de grande importância antropológica e histórica para o Brasil e o mundo”, explica o carioca de 83 anos, que produziu e lançou nomes como Clara Nunes, Dona Ivone Lara, Clementina de Jesus, Martinho da Vila, Alcione e João Nogueira.

O projeto tem patrocínio da Natura Musical e do Governo do Estado, pelo Fazcultura, da Secretaria de Cultura e Secretaria da Fazenda. “Canto Coral Afrobrasileiro” foi selecionado pelo edital Natura Musical, por meio da lei estadual de incentivo à cultura da Bahia (FazCultura), ao lado de Casa do Hip-Hop Bahia, Cronista do Morro, Festival Pagode Por Elas e Marujos Pataxó. No Estado, a plataforma já ofereceu recursos para mais de 80 projetos de música até 2022, em diferentes formatos e estágios de carreira, como Margareth Menezes, Luedji Luna e Mahal Pita.

“A música é um potente veículo de conexão. Os projetos selecionados pelo edital Natura Musical representam diferentes pontos de vista e perspectivas e têm o poder de conectar conhecimentos e referências para promover novos imaginários. Essa é mais uma tecnologia social que vai impulsionar mudanças no presente e projetar o futuro”, afirma Fernanda Paiva, Head of Global Cultural Branding.

Ouça o disco “Canto Coral Afrobrasileiro” d’Os Tincoãs na sua plataforma preferida aqui.

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