Cinema

#APistaIndica: O que assistir na MUBI

O serviço de filmes clássicos e independentes apresenta um vasto acervo de títulos para conhecer

A MUBI é um serviço de streaming relativamente novo e bem pouco explorado pelo público brasileiro. Eles possuem uma proposta bem diferente das que já conhecemos, oferecendo diferentes obras —por vezes, fora do mainstream e aclamadas pela crítica — a cada dia.

Devido ao surto do novo coronavírus, como proposta de incentivo para as pessoas ficarem em casa, o serviço abriu seu abrangente acervo de filmes a todos os assinantes — concedendo trabalhos de renomados diretores, como Alejandro Jodorowski, Robert Bresson, Chris Marker, François Truffaut e muitos outros — ao contrário do antigo formato que proporcionava apenas sete filmes por semana.

Nós d’A Pista selecionamos trabalhos de grandes diretores que marcaram sua história no cinema. Os filmes que estão disponíveis no catálogo servem como uma boa introdução à filmografia de cada um.

VOILÀ VARDA!

A diretora e fotografa belga (porém radicada na França) Agnès Varda, marcou seu nome durante a Nouvelle Vague. Seu cinema é lembrado como o retrato do real e do sublime. Em seus filmes, notamos muita transparência e autenticidade tanto nos personagens como nas situações apresentadas.

Embora a diretora possua em seu repertório longas como “Cléo Das 5 Às 7” e “Os Renegados”, foram seus trabalhos documentais que mais chamaram a atenção do público, nos quais a diretora era livre para explorar seu olhar fotográfico com mais liberdade e subjetividade, assemelhando-se a grandes nomes do gênero como John Mekas e Chris Marker.

Na MUBI recomendamos três de seus documentários:

  • Os Panteras Negras: Varda capta a essência da luta do movimento negro em um protesto dos Panteras Negras contra o julgamento de Huye Newton (uma das principais figuras do partido);
  • Saudações, Cubanos!: Aqui, a diretora retrata os cubanos no pós-revolução, destacando principalmente os costumes da sociedade e a ascensão da música, como a relevância do Jazz na cultura cubana;
  • Daguerreótipos: Nesse documentário intimista, Varda nos oferece a visão de seu bairro parisiense pela perspectiva dos vizinhos, mas que em contraposição torna-se um retrato deles mesmos.

Os Milagre do Cotidiano de Éric Rohmer

Pauline na Praia (1983)

O diretor francês Éric Rohmer também se destacou bastante durante o período da Nouvelle Vague (ou Nova Onda Francesa), que tinha como princípio a rejeição de convenções de gênero e o rompimento de tradições pré-estabelecidas, oferecendo ao cinema um olhar mais artístico e subjetivo, livre de qualquer amarra.

Todas essas são características notáveis no cinema do diretor, que procura focar nos encontros e desencontros de seus personagens e na complexidade das relações cotidianas, expondo as relações românticas em suas mais diversas perspectivas e formas de expressão.

Porém, tudo isso é exposto por meio de um olhar simples, experimental e livre; características que predominavam a escola cinematográfica da época. Na plataforma do MUBI é possível encontrar boa parte de sua filmografia. Filmes como O Joelho de Claire, Amor à Tarde e A Colecionadora são os destaques, além de sua série de filmes de mais renome Comédias e Provérbios.

O Cinema de Wong Kar-Wai

Anjos Caídos (1995)

O diretor chinês se tornou um grande expoente do cinema contemporâneo, seus filmes são marcados pela utilização de cores saturadas e de um neon bastante característico, além da técnica step printing —que duplica a sequência de frames, transmitindo a sensação de slow-motion—do qual Kar-Wai foi um dos precursores. Toda essa identidade também é mérito de seu fiel diretor de fotografia, Christopher Doyle, que trabalhou com o diretor em suas principais obras.

A atmosfera de seus filmes é repleta de paixão e, de personagens em busca de completude afetiva, além de oferecer em contraponto uma melancolia frente à solidão urbana. A escolha da trilha sonora é bastante inteligente e mescla perfeitamente com os efeitos do diretor. No MUBI destacamos: Fallen Angels, Chungking Express, In The Mood for Love, e um curta ainda pouco conhecido: The Hand.

Wim Wenders: Viagens Sem Voltas

Paris, Texas (1984)

Mais conhecido pelo sucesso de Paris, Texas —filme que também consta no acervo do streaming—o MUBI nos proporciona explorar ainda mais a filmografia de Wim Wenders. Em suas obras somos atingidos por uma catártica sensação de liberdade, seus personagens são errantes e estão sempre em busca de algo. O diretor alemão nos oferece uma visão existencialista que nos leva a questionar nosso lugar no mundo.

Além de “Paris, Texas” destacamos:

  • Asas do Desejo: Esse filme fantástico é um dos mais prestigiados do diretor. Nele acompanhamos Damiel (Bruno Ganz) e Cassiel (Otto Sander), dois anjos com a função de acompanhar o andamento de alguns humanos, até que um deles se apaixona por Marion, uma trapezista de circo que enfrenta diversos problemas em sua vida.
  • Tokyo-Ga: Em uma viagem ao Japão, Wenders busca nos mostrar o país e o cinema de um de seus diretores mais influentes, Yasujiro Ozu. Como uma espécie de diário de viagem, ele alterna algumas entrevistas (do elenco de Ozu e relatos de Werner Herzog e Chris Marker) com sua própria percepção do país transmitida por interferência do diretor japonês.
  • Alice nas Cidades: Neste road-movie acompanhamos Phillip (Rüdiger Vogler), um escritor frustrado que aceita a custódia temporária de Alice (Yella Rottländer), uma menina abandonada. Juntos eles irão percorrer a Europa na busca do avô da garota e acabam desenvolvendo um forte laço de amizade.

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