Curadoria da Pista destaca obras disponíveis no catálogo da rede de streaming
A Pista selecionou 5 obras disponíveis no catálogo da Netflix para você que está em casa respeitando as medidas recomendadas de isolamento social pelas autoridades mundiais de saúde em tempos de pandemia. A nossa curadoria inclui séries já encerradas e filmes que servem como entretenimento e reflexão ao mesmo tempo.
Bojack Horseman (2014–2020)

“Bojack Horseman” é uma produção original da Netflix criada por Raphael Bob-Waksberg. A série, que terminou no ano passado, tem 6 temporadas no total com 12 episódios de trinta minutos de duração cada uma (com exceção da última, que tem 16).
O protagonista é o anti-herói Bojack, metade-homem e metade-cavalo. Ele é um decadente ex-astro de uma sitcom de sucesso, alcoólatra, narcisista e depressivo crônico. Parte da proposta do desenho é satirizar Hollywood e propor reflexões sobre a sociedade norte-americana, masculinidade, depressão e um debate franco em relação à saúde mental em geral. Tudo isso é misturado com um senso de humor bastante original do criador do projeto.
Apesar de todos os defeitos que marcam a personalidade do personagem principal do show, é difícil não simpatizar com ele. Ao mesmo tempo, Bob-Waksberg não tenta nunca desculpar as atitudes problemáticas de sua criação, apenas expô-las para o público julgar e até mesmo o implicar nesta relação de identificação/ idolatria com personalidades midiáticas.
O Hospedeiro (2008)
“O Hospedeiro” é um filme sul-coreano dirigido por Bong Joon-Ho. A premissa da história é simples: uma família oriunda da classe trabalhadora é confrontada com o surgimento de um monstro de origem misteriosa que aterroriza o país.
A obra mistura comédia e terror e funciona como uma espécie de sátira da sociedade coreana contemporânea. Ela ridiculariza o servilismo aos norte-americanos de alguns setores da população e expõe categoricamente a desigualdade social presente na região.
De certa forma, “O Hospedeiro” tem vários elementos em comum com o aclamado longa-metragem “Parasita”, de 2019, vencedor do Oscar do ano passado, criação do mesmo diretor.
Chris Rock: Tamborine (2018)

Chris Rock é mais conhecido no Brasil pela sua série “Todo Mundo Odeia o Chris” e sua atuação em filmes de comédia como “Um Pobretão na Casa Branca”, “Golpe Baixo” e “Gente Grande”. Rock, porém, no início de sua carreira foi um comediante de stand-up de sucesso.
“Tamborine” é o título de sua apresentação produzida pela Netflix, seu retorno ao antigo trabalho. Nele, Chris Rock reflete sobre racismo, o sistema educacional norte-americano, violência policial e muito mais. Uma apresentação imperdível que mistura várias críticas sociais com o humor ácido característico do humorista.
Com Amor, Van Gogh (2017)

“Com Amor, Van Gogh” é uma animação de 2017 que conta parte da história de vida do pintor holandês Vincent Van Gogh. A produção foi um esforço coletivo de mais de 100 artistas que pintaram quadro por quadro cada cena do filme com traços característicos das próprias pinturas de Van Gogh.
O público tem um vislumbre de fatos cruciais que moldaram a visão de mundo de Vincent. Conhecemos também o estado de saúde mental conturbado que acompanhou o pintor por vários anos, fator que nos faz compadecer do artista.
A obra foi dirigida pelo casal formado por Hugh Welchman, animador britânico, Dorota Kobiela, uma artista polonesa.
Assunto de Família (2018)

“Assunto de Família” é um filme japonês de 2018 dirigido por
Hirokazu Kore-eda. A obra conta a história de uma família nada tradicional que reúne elementos sem parentesco entre si, mas dividem o mesmo teto. Eles vivem na pobreza em uma pequena casa, trabalham em empregos sub-alternos e sobrevivem de pequenos furtos.
Tudo muda quando um novo integrante é adicionado à este grupo: Yuri. Ela é filha de um casal rico negligente e acaba sendo adotada pelo bando após fugir da casa de seus pais.
O longa-metragem mostra um lado pouco conhecido do capitalismo japonês e carrega muita empatia e carinho por seus protagonistas marginalizados.
Leia também:
#Balanço2020: projetos musicais mais subestimados do ano no Brasil