Música

5 álbuns nacionais que completaram 50 anos em 2021

Conheça mais sobre alguns dos principais álbuns da história da música brasileira

O ano de 1971 marcou a história da música brasileira e nos trouxe diversos álbuns icônicos que permanecem contemporâneos meio século depois. Nessa matéria, selecionamos 5 discos da lista dos 50 álbuns nacionais que completam 50 anos em 2021, como sugestão para que sejam ouvidos e contemplados em sua melhor forma.

Candeia Raiz

Capa de “Raiz”, álbum de Candeia

Raiz” é o segundo álbum de estúdio de Antônio Candeia Filho, lançado em 1971 pela gravadora Equipe. As formas de samba variam a cada faixa contendo balada soul, choro, funk, jongo, samba-enredo, samba jazz, samba de partido alto e outros ritmos misturados indiscriminadamente. A linguagem poética e ousada utilizada por Candeia no disco deixa claro que suas letras são as mais sagazes que o gênero já produziu. Os timbres variáveis, as percussões despadronizadas e os arranjos inteligentes fazem de “Raiz” uma obra primorosa.

Em 1976, o projeto foi relançado pelo selo Padrão com alterações na ordem das faixas e com o nome “Filosofia do Samba”.

Melhores Canções: “Saudação a Toco Preto”, “Silêncio Tamborim” e “Vem é Lua”.

Ouça abaixo “Raiz“:

Cassiano – Imagem e Som

Capa do álbum “Imagem e Som”, de Cassiano

O pai do soul e funk nacional, Genival Cassiano dos Santos lançou seu álbum de estreia intitulado “Imagem e Som” após as composições “Primavera” e “Eu Amo Você”, escritas em parceria com Silvio Roachel, estourarem na voz de Tim Maia. Com arranjos de Waldyr Arouca Barros, vocais do grupo Os Diagonais, Capacete no baixo elétrico, Charles no piano e Paulinho na bateria, o trabalho lançado pela RCA Victor teve uma pequena repercussão e logo foi esquecido nas entrelinhas das criações de Cassiano.

O injustiçado soulman passou boa parte da carreira sendo conhecido apenas por suas composições, até abandoná-la nos anos 90. O reconhecimento de sua genialidade só veio então, após sua morte em maio desse ano. Cassiano nos deixou o Brazilian Soul, quatro álbuns magníficos e diversas composições cantadas pelas mais belas vozes nacionais.

Melhores Canções: “Lenda”, “É Isso Aí” e “Uma Lágrima”.

Ouça abaixo “Imagem e Som“:

Johnny Alf Ele é Johnny Alf

Capa do álbum “Ele é Johnny Alf”, de Johnny Alf

Após iniciar sua carreira na música popular brasileira influenciado pelas trilhas sonoras do cinema norte-americano, o pianista, cantor e compositor Johnny Alf lançou em 1971 o seu nono disco de estúdio repleto de melancolia.

Genialf (apelido dado por Tom Jobim) foi o percursor desconhecido da Bossa Nova, compôs mais de 80 canções e nunca teve o estrelato alcançado também por suas músicas sofisticadas, uma vez que as rádios optavam por músicas de fácil compreensão, além de não se esforçar para consolidar a carreira e apenas aguardar as oportunidades surgirem para ele.

Segundo Nelson Valência, administrador da carreira de Alf, ele era “seu próprio herói e seu próprio vilão”.

Melhores Canções: “Despedida de Mangueira”, “Canto pra Pai Corvo” e “Ama-me”.

Ouça abaixo “Ele é Johnny Alf“:

Jorge Ben Negro é Lindo

Capa do álbum “Negro é Lindo”, de Jorge Ben

Fruto do movimento social Black Power dos anos 60, “Negro é Lindo” foi o oitavo álbum de estúdio de Ben, produzido por Paulinho Tapajós.

Com arranjos de Arthur Verocai e percussão do Trio Mocotó, conta com toques de matrizes africanas, o potente violão de Jorge e uma faixa em homenagem ao pugilista Muhammad Ali (Cassius Marcellus Clay Jr.).

Apesar de ter 50 anos, o projeto com cunho e ritmo político é muito atual e possui extrema conexão com o movimento que propaga a importância das vidas negras.

Melhores Canções: “Zula”, “Porque é Proibido Pisar na Grama” e “Que Maravilha”.

Ouça abaixo “Negro é Lindo“:

Wilson Simonal – Joia, Joia

Capa do álbum “Joia, Joia”, de Wilson Simonal

Aproximando-se da MPB e deixando a Pilantragem (subgênero musical criado por Carlos Imperial) de lado, Wilson Simonal lançou seu décimo segundo álbum após um período turbulento em sua vida, marcado por ações judiciais envolvendo DOPS. O pianista e maestro Erlon Chaves reuniu seu molho ao Champignon (termo inventado pelo cantor que significava “balanço”) de Simonal, tornando-se responsável pelas cordas e metais presentes no disco. Com muito suingue funky, samba, samba-rock e soul, “Joia, Joia” é o último trabalho gravado pela Odeon e o primeiro sem a participação de Som Três, trio formado para servir de apoio à Simonal.

Melhores Canções: “Impossível Acreditar Que Perdi Você”, “Lampião em Prosa e Verso” e “Fotografia”.

Ouça abaixo “Joia, Joia“:

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