“Vocês mortos, vivem?”
– Hilda Hilst
Esta é uma das perguntas utilizadas por Hilda ao iniciar sua curiosa expedição em contato com os que já foram. A romancista e poetisa brasileira costumava residir em um grande sítio chamado Casa do Sol em Campinas, interior de São Paulo – nos dias de hoje também conhecido como Instituto Hilda Hilst – local amplo e pacato no qual a autora se recolheu para desfrutar de sua velhice.
No sítio, Hilda Hilst possuía o hábito de realizar gravações ao ar livre, com a intenção de captar as vozes dos mortos e possivelmente encontrar repostas sobre a vida e seu propósito. As gravações eram até então desconhecidas do público, até que a diretora Gabriela Greeb – ao ser convocada a dirigir um filme sobre a escritora – teve contato com o material e decidiu que seria este seu enfoque.
Na obra lançada em em 2018 – denominada “Hilda Hilst pede contato“ – Gabriela reúne os áudios concebidos por Hilda e mescla com representações da autora, interpretada pela atriz Luciana Inês Domschke, em sua atividade sobrenatural. Imagens abstratas também unem-se a obra, bem como entrevistas e depoimentos de amigos e conhecidos da autora – formando um retrato subjetivo e imersivo de sua pessoa e da grandiosidade de seu trabalho.
Hilda Hilst pede contato (2018)
Carreira Literaria
Hilda Hilst é considerada uma das maiores escritoras brasileiras do cânone literário nacional – ao lado de grandes nomes como Clarice Lispector e Lígia Fagundes Telles.
Seu estilo literário era afrontoso e ousado, e com isso transgrediu os padrões da época e chocou a crítica literária – principalmente com seus livros Caderno Rosa de Lori Lamby (1990) e Contos de Escárnio; Textos Grotescos (1990) que marcaram o inicio da considerada fase pornográfica e o encerramento da fase séria da autora, onde esta se rebela contra ao mercado editorial, que até então não atribuiu o devido reconhecimento ao seu trabalho.
“Uma banana que eu estou dando aos editores, ao mercado editorial”
– Afirmou Hilda em entrevista para TV Cultura
Mas antes mesmo de escrever prosa, a autora era conhecida por sua poesia, da qual concebeu inúmeros livros entre 1950 a 1995 que foram importantes para sua formação literária e para seu amadurecimento. As poesias – que também serviram de base para o documentário de Gabriela – possuíam uma lírica intimista, na qual a autora explorava principalmente temas como o amor e a existência.
Exibição
Atualmente, Hilda Hilst pede contato não se encontra disponível em nenhuma plataforma de streaming, mas conta com exibições esporádicas, sejam elas online ou presenciais. A próxima apresentação está prevista para ocorrer nos dias 13 e 27 de maio às 19 horas, na Biblioteca Mario de Andrade.
Nos dias da exibição o livro homônimo, Hilda Hilst pede contato, também estará disponível para a venda. Nele, Gabriela narra seu processo de pesquisa e apuração na criação do documentário e também oferece detalhes inusitados que permearam o desenvolvimentos de sua obra.
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Hilda Hilst pede contato
Local: Biblioteca Mário de Andrade
Datas: 13 e 27 de maio
Horário: 19 horas
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